O concelho de Moura, aninhado na margem esquerda do rio Guadiana, no Baixo Alentejo, convida a uma descoberta tranquila das suas tradições e da sua paisagem. A localidade preserva um ambiente sereno, com as suas casas caiadas de branco e ruas estreitas que revelam séculos de história.
A história de Moura está profundamente ligada ao seu imponente castelo, uma sentinela do tempo que testemunha os diversos povos que aqui deixaram a sua marca. É, contudo, a lenda da Moura Salúquia que mais define a identidade do concelho, dando nome à própria vila e ecoando em cada recanto a narrativa de um amor impossível e de uma coragem lendária.
A envolvente paisagística de Moura é caracterizada por extensos olivais e montados de azinho, pilares da economia e da cultura local. Esta ligação profunda à terra manifesta-se na produção de um azeite de excelência, reconhecido pela sua qualidade, que é parte integrante da herança gastronómica e económica da região.
Visitar Moura permite uma experiência autêntica, onde a tranquilidade do Alentejo se encontra com um património rico e com as histórias que moldaram a alma deste território. É um convite para apreciar a autenticidade e a resiliência de um povo e da sua terra.
Sabores autênticos que contam a história da nossa terra
Prato emblemático da cozinha alentejana, a Açorda é preparada com pão duro demolhado, alho, coentros frescos e azeite. É frequentemente servida com ovos escalfados ou bacalhau cozido, refletindo a simplicidade dos ingredientes e a sabedoria de aproveitar os recursos locais, criando um sabor rico e reconfortante, profundamente enraizado na cultura rural.
Uma sopa tradicional e robusta do Alentejo, preparada com postas de cação (peixe-cão), cozinhadas num caldo aromático com coentros, alho, louro e azeite. É tipicamente servida sobre fatias de pão alentejano, que absorvem os sabores intensos do caldo, sendo um testemunho da culinária regional que valoriza os ingredientes da terra e do rio Guadiana.
Prato festivo e substancial, o Ensopado de Borrego é um guisado de carne de borrego cozinhado lentamente com batatas, pão torrado ou frito e um molho rico à base de tomate, alho, cebola e ervas aromáticas. Representa a forte ligação da região à pastorícia e é um exemplo da cozinha de panela, que oferece sabores intensos e tradicionais.
As Migas são um acompanhamento tradicional alentejano, feitas com pão duro esfarelado e salteado em azeite e alho, por vezes com gordura de porco. São habitualmente servidas com carne de porco frita ou grelhada, simbolizando a cozinha de subsistência do Alentejo, que transforma ingredientes simples em pratos de grande sabor e valor calórico.
Doce conventual de cor amarela e textura cremosa, a Sericaia é confeccionada com ovos, açúcar, farinha, leite e canela. É tradicionalmente servida morna ou à temperatura ambiente, e, no Alentejo, é frequentemente acompanhada por ameixas de Elvas, realçando a doçaria rica e a tradição dos produtos de fruta da região.
