Categoria: Arquitetura religiosa > Mosteiro
Distrito: Santarém > Tomar > Tomar
Situado na cidade de Tomar, o Convento de Cristo ergue-se numa colina, dominando a paisagem urbana. A sua posição elevada oferece uma perspetiva ampla sobre Tomar e as suas imediações. Esta implantação estratégica, na margem direita do rio Nabão, foi escolhida pelos Cavaleiros Templários para a fundação da sua sede, conferindo ao local uma atmosfera de grandiosidade e solidez que perdura até hoje.
O Convento de Cristo é um testemunho notável da presença das ordens religiosas e militares em Portugal, primeiramente a Ordem do Templo e, posteriormente, a Ordem de Cristo. A construção deste complexo monumental começou em 1160, sob a direção de D. Gualdim Pais, Mestre da Ordem do Templo. Este local serviu de residência e quartel-general para os cavaleiros, sendo um dos maiores conjuntos arquitetónicos da Península Ibérica, tanto pela sua vasta área como pela sua evolução ao longo de vários séculos. Em 1983, o valor excecional deste património foi reconhecido internacionalmente.
O percurso pelo Convento de Cristo revela uma fascinante sobreposição de estilos e épocas. Desde a austeridade românica dos primórdios templários até à exuberância manuelina e à sobriedade renascentista, cada área do complexo narra uma parte da sua história. A vastidão das suas alas e a complexidade dos seus múltiplos claustros convidam a uma exploração atenta, permitindo compreender a escala e a importância deste antigo centro de poder e fé.
No coração do Convento encontra-se a célebre Charola, um dos elementos mais singulares e importantes da arquitetura templária. Datada dos séculos XII e XIII, esta estrutura octogonal é um exemplo extraordinário do período românico e gótico. A sua forma e as suas decorações iniciais refletem a simbologia militar e religiosa dos Cavaleiros Templários, tornando-a um espaço de grande impacto visual e espiritual.
Entre os múltiplos pormenores que enriquecem o Convento, a Janela da Sala do Capítulo é um ponto de interesse incontornável. Esculpida entre 1510 e 1513 por Diogo de Arruda, esta janela é um dos expoentes máximos do estilo manuelino, com a sua riqueza de detalhes marítimos e símbolos da Ordem de Cristo. O Claustro Principal, por sua vez, exemplifica a transição para o Renascimento, tendo sido iniciado por João de Castilho e posteriormente remodelado por Diogo de Torralva, concluído por volta de 1562. Estes elementos mostram a capacidade do Convento de se adaptar e refletir as tendências artísticas das épocas.
Fora das muralhas do Convento, estende-se a Cerca Conventual, que inclui a Mata dos Sete Montes. Este espaço verde, que outrora serviu como área estratégica e de subsistência para os cavaleiros, convida a um passeio tranquilo. Nesta vasta propriedade, destaca-se também a Ermida de Nossa Senhora da Conceição, uma pequena capela de pedra calcária que se avista à distância. Para além disso, o impressionante Aqueduto do Convento, encomendado por Filipe II de Espanha ao arquiteto Filipe Terzi, evidencia a preocupação com a autonomia do complexo no abastecimento de água, demonstrando uma notável engenharia da época.
Fontes: https://pt.wikipedia.org/wiki/Convento_de_Cristo
Licença: https://creativecommons.org/licenses/by-sa/4.0/deed.pt
Coordenadas DD: 39.603636,-8.419258
Coordenadas DMS: 39°36'13.1"N 08°25'9.3"W