Casa dos Primes

Distrito: Viseu > Viseu > Viseu > Bairro Dona Maria do Céu Mendes

Localização

Situada no coração da cidade de Viseu, no bairro Dona Maria do Céu Mendes, a Casa dos Primes distingue-se na Rua dos Andrades. O solar está integrado na malha urbana, destacando-se pela sua presença imponente numa zona de circulação pedonal, permitindo a fácil contemplação da sua fachada a quem por ali passeia.

Um Legado Histórico

Esta imponente residência senhorial, inicialmente conhecida por outros nomes como Solar dos Condes de Prime, Casa do Cimo da Vila ou Casa dos Ernestos, teve a sua construção iniciada na primeira metade do século XVIII. Foi mandada edificar por José Teixeira de Carvalho, um fidalgo da Casa Real e cavaleiro da Ordem de Cristo, refletindo desde logo o estatuto da sua linhagem. Ao longo dos anos, a propriedade passou por várias gerações da família, adquirindo a designação "dos Primes" através do casamento de uma das suas netas, Maria da Glória Teixeira de Carvalho Sampaio da Rocha Velho, com o Barão de Prime. No final do século XIX, o solar teve a honra de receber a Rainha D. Amélia em diversas ocasiões, um testemunho do seu prestígio na época.

Arte e Pormenores Barrocos

A Casa dos Primes é um notável exemplo da arquitetura residencial barroca. Com uma planta retangular e uma disposição horizontal que realça a sua imponência, o edifício possui dois andares, cujas fachadas são articuladas por pilastras lisas em granito. A fachada principal, orientada a poente, apresenta duas entradas distintas, emolduradas em granito e encimadas por brasões de armas da família Teixeira de Carvalho, coroados por frontões triangulares. As janelas de guilhotina, especialmente as do piso superior, são de maiores dimensões, conferindo-lhe uma presença notável.

No interior, uma grandiosa escadaria principal, revestida a azulejos barrocos e rococó, é um dos elementos mais cativantes. No segundo piso, é possível encontrar divisões com tetos trabalhados em estuque e, outrora, um salão de baile decorado com damasco amarelo. Anexa ao corpo principal da casa, e um dos seus pontos mais preciosos, encontra-se a capela privativa, dedicada a Santo António. Construída em 1748, a capela deslumbra com o seu altar-mor em talha dourada, obra dos entalhadores João Correia da Silva e Manuel Madeira, datada de 1754. As suas paredes, incluindo a zona do altar-mor, são integralmente revestidas por azulejos azuis e brancos, produzidos numa oficina lisboeta em 1750, enquanto a falsa abóbada exibe uma impressionante pintura em trompe l'oeil, com figuras angélicas e as três Virtudes Teologais que emolduram a representação da Apoteose de Santo António.

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