Tomar, no distrito de Santarém, é um concelho onde a história e a mística se entrelaçam de forma profunda, marcadas indelevelmente pela presença da Ordem dos Templários e, subsequentemente, pela Ordem de Cristo. O seu ex-líbris é o imponente Convento de Cristo, classificado como Património Mundial da UNESCO. Este complexo monumental, que outrora serviu de sede a estas poderosas ordens militares, é um testemunho vivo da evolução arquitetónica e histórica de Portugal, exibindo estilos que vão do românico gótico ao manuelino, culminando na célebre Charola Templária.
A cidade de Tomar é graciosamente atravessada pelo sereno rio Nabão, cujas margens convidam a passeios tranquilos. O seu centro histórico, com ruas medievais e edifícios pitorescos, reflete um traçado urbano com origens que se perdem no tempo. Ao explorar as suas praças e becos, descobre-se a profundidade de um passado em que a estratégia, a espiritualidade e o poder marítimo se uniram para moldar a nação e impulsionar os grandes Descobrimentos Portugueses.
Tomar não é apenas um conjunto de monumentos; é um local onde a atmosfera de séculos passados ainda se sente, convidando à descoberta da sua rica herança cultural e da sua ligação intrínseca à construção da identidade portuguesa. É um destino que oferece uma imersão profunda na história, onde cada pedra parece contar uma lenda e cada recanto revela um segredo.
Sabores autênticos que contam a história da nossa terra
Este é um dos mais emblemáticos doces conventuais da região, com uma longa tradição. São confecionadas essencialmente com gemas de ovo e uma calda de açúcar, que lhes confere uma textura delicada e um sabor intensamente doce. A sua origem remonta aos conventos locais, sendo um reflexo da riqueza da doçaria monástica portuguesa, que aproveitava a abundância de ovos.
Pequenos bolinhos conventuais, muito delicados e com um nome peculiar. São preparados à base de gemas, açúcar e amêndoa moída, por vezes com um subtil toque cítrico de limão. O seu nome sugere a rapidez com que se desfazem na boca, sendo um doce muito apreciado pela sua leveza e sabor suave, típico da doçaria da Ordem de Cristo.
Um clássico da doçaria regional, estas pequenas tartes doces combinam o sabor suave do queijo fresco ou requeijão com açúcar e ovos, tudo envolvido numa massa fina e estaladiça. São um exemplo da forma como os produtos lácteos locais eram utilizados para criar sobremesas reconfortantes e saborosas, com uma forte ligação ao território ribatejano.
Prato salgado distintivo da gastronomia de Tomar, beneficiando da proximidade do rio Nabão e seus afluentes. As enguias são cuidadosamente limpas, temperadas e fritas até ficarem crocantes por fora e tenras por dentro. Este prato representa a forte ligação da cozinha local aos recursos hídricos do território, sendo frequentemente servido com um arroz de tomate ou migas.
